Crônicas de Viagens: Irlanda do Norte e República da Irlanda

Os dois países estão localizados na terceira maior Ilha da Europa e a vigésima maior do mundo. Confira essa matéria exclusiva da nossa viagem pelas Irlandas. *Atualizada em 16/11/2024 e Publicada em 26/04/2020.
 
Phoenix Park – Dublin 8, Irlanda. Foto: arquivo do Blog
 
Uma Ilha, dois países. Separados por fronteira e pelo Brexit, mas unidos em belezas naturais, cultura e muita história. Assim é a Ilha da Esmeralda: conhecida por seus campos verdejantes, inúmeros castelos e diversos pontos turísticos espalhados pela República da Irlanda (União Européia) e Irlanda do Norte (Reino Unido). Mas, tudo isso, se inciou com a chegada dos Celtas em 300 a.C. que se instalaram na ilha por mil anos. Passado o período, os ‘Vikings’ (piratas nórdicos) chegaram na Ilha da Esmeralda e permaneceram até a chegada do Império Britânico, que tomou posse das terras em 1169. Essa ‘dominação’ dos britânicos por toda a extensão da ilha, durou até o século XX, quando aconteceram vários conflitos. Sendo assim, em 1922 houve a independência da República da Irlanda e a outra parte ficou para os britânicos, sendo hoje a Irlanda do Norte.
 
Marlay Park – Dublin 16, Irlanda. Foto: arquivo do Blog

 

Os dois países falam a língua inglesa. Mas sem perder as suas origens, o gaélico ainda é falado como segunda língua, especificamente nas regiões mais afastadas das grandes cidades. A Ilha da Esmeralda é dividida em duas nações: a República da Irlanda tem Dublin como capital e o Euro (€) como moeda. Já a Irlanda do Norte tem Belfast como capital e a Libra Esterlina (£) [pounds] como moeda. O país pertence ao grupo de quatro nações que compõem o Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte). Mas as tradições, folclore e a cultura, são predominantes em toda a ilha. Além disso, construções medievais, igrejas e castelos podem ser encontrados nas duas Irlandas. Uma série de roteiros turísticos pelos dois países que podem ser desfrutados pelos turistas e intercambistas. 

Dublin, República da Irlanda. Fotos: arquivos do Blog


Começando por Dublin, o turista já pode preparar as pernas e colocar um bom tênis para andar bastante pela capital irlandesa. São inúmeras atrações pela cidade que incluem: igrejas, parques, construções com belas arquiteturas, museus, entre outras atrações como a fábrica da cerveja Guinness, calcadão da Henry Street, zona portuária de Dublin, região do Temple Bar e muito mais. 

Dublin Bus (2 andares). Foto: Bruno Oliveira/Irlanda
 

Cosmopolita, a cidade de Dublin é o mundo de culturas e línguas reunidos em todo canto da cidade. Diversas nacionalidades podem ser encontradas nessa cidade vibrante, que acolhe os imigrantes que preferencialmente procuram o país para fazer intercâmbio (aprender a língua inglesa, fazer graduação entre outros programas disponíveis).  

Spire of Dublin, no coração da cidade. Imagem: divulgação/internet


No vai e vem dos carros, ônibus de dois andares, bicicletas e pedestres, a cidade se encontra na O’Connell Street, situada no coração de Dublin. Nessa avenida, tem um emblemático monumento em forma de agulha conhecido como “Spire of Dublin” que possui 120 metros de altura. Na mesma avenida há outros dois monumentos importantes da cidade: “The O’Connell Monument” de 1882 e “Parnell Monument” de 1911, localizado próximo a Parnell Street. 

rio Liffey na região de D8, Irlanda. Foto: Bruno Oliveira/Irlanda
 

Aliás, são inúmeros monumentos espalhados pela capital irlandesa, onde a história e a modernidade dividem espaço com uma população de aproximadamente 592.713 (quinhentos e noventa e dois mil, setecentos e treze) habitantes (2022) espalhados em 24 distritos postais. A região central da cidade (D1) está situada às margens do rio Liffey juntamente com os demais números ímpares (D3, D9, D11…), enquanto os números pares estão localizados ao lado sul (D2, D8, D24).  

Entre os principais pontos turísticos e monumentos de Dublin, estão:

  • Trinity College – College Green
  • Temple Bar – Dame Street
  • Christ Church Cathedral – Christ Church Place
  • St. Patrick’s Cathedral – Patrick Street  
  • Guinness Storehouse – St. Jame’s Gate
  • Museum of Modern Art – Royal Hospital Kilmainham
  • Dublin Zoo – Phoenix Park 
  • Famine Memorial – Custom House Quay (Dublin Docklands).
Monumento “Famine Memorial” em North Dock, D1. Foto: arquivo do Blog



Destaque para o ‘Famine Memorial’ localizado na região portuária de Dublin. O monumento representa as ‘Estátuas da Fome’ do escultor Rowan Gillespie, inaugurada em 1997, simbolizando a grande fome que ocorreu na Irlanda em meados do século XIX (1845-1849). Durante esse período triste, 1 milhão de pessoas morreram de fome e mais 1 milhão de irlandeses deixaram o país, reduzindo a população da ilha em cerca de 25%.   

rio Corrib, ao lado da Galway Cathedral. Foto: arquivo do Blog


Viajando para o outro lado da ilha, o destino mais visitado é o Condado de Galway, localizado na costa oeste da Irlanda. Essa cidade fica situada no encontro do rio Corrib e o Oceano Atlântico. Galway é a capital do condado (de próprio nome) e tem cerca de 85 mil habitantes, sendo a quarta maior cidade da República da Irlanda. Charmosa, com “cara de interior” e muito festival. 

Martten Lane e The Browne Doorway no Centro de Galway. Foto: arquivo do Blog
 

A cidade possui famosas universidades que resultam em uma cidade cheia de jovens e bem animada. Até o cantor britânico Ed Sheeran gravou uma música chamada “Galway Girl” cujo clipe foi gravado nessa cidade. Aparentemente pequena e distante cerca de 2h15 (de carro) ou 3h (de ônibus) da cidade de Dublin, Galway é uma ótima opção para quem quer ter uma experiência fora do Brasil através de intercâmbio. O custo com moradia é bem mais barato em relação à capital Irlandesa. 

Galway Cathedral. Foto: arquivo do Blog



Os principais pontos turísticos e atrações de Galway são:

  • Quay Street – centro da cidade;
  • Galway Bay – Baía de Galway;
  • National University of Ireland – uma das principais universidades da Irlanda;
  • Connemara National Park – localizado a 1h30 do centro da cidade;
  • Cliffs of Moher – conjunto de penhascos localizados a 1h30 do centro da cidade;
  • Galway Cathedral – arquitetura linda e gigante (centro cidade);
  • Galway City Museum – história da cidade e cultura irlandesa;
  • Galway’s Latin Quarter – local de compras e pubs. 
Interior da Galway Cathedral


Destaque para a “Galway Cathedral” que é roteiro de visitação nas excursões que saem de Dublin assim como a “Quay Street” na região central da cidade. Galway é uma cidade muito acolhedora e vale muito a pena conhecer. Apesar do clima mais frio e chuvoso em relação à capital irlandesa, a cidade possui atrações e festivais ao longo do ano que contagiam a todos. O comércio é bem amplo, com lojas e até shopping. Dê uma paradinha para se alimentar em uma lanchonete ou cafeterias com os deliciosos produtos da Irlanda. Depois, siga para as regiões de penhascos para fechar o roteiro de Galway em grande estilo. 

Cliffs of Moher, Irlanda. Foto: Bruno Oliveira/Irlanda


Seguindo viagem, cerca de 1h30 do Centro de Galway, o roteiro é conhecer os famosos Cliffs of Moher, localizado no Condado de Clare. Esse lugar foi cenário de parte das gravações do filme “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”, sexto filme da saga escrito pela autora J.K. Rowling. Os Penhascos possuem 214 metros de altura e 8 km de extensão ao longo do Oceano Atlântico. Em dias de sol reinando na costa oeste da ilha da esmeralda, os turistas desfrutam de um belo cenário e de fotos incríveis. Mas se o nevoeiro estiver presente, pode mudar o cenário. Contudo, esteja disposto para andar e conhecer o local, que é cercado com muretas para evitar que as pessoas cheguem às margens dos Penhascos.

Visão dos Cliffs of Moher pelo passeio de barco/ arquivo Blog


Outra dica é conhecer os Cliffs os Moher através de passeio de barco pelo Atlântico. O turista tem outra visão da região e recomendamos muito esse passeio! O valor é pago à parte (consulte no local), ou consulte o seu guia turístico se estiver passeando com excursão. As saídas dos barcos acontecem no Doolin Pier. Todo o passeio dura cerca de 1 hora.  

Costa norte da Ilha da Esmeralda. Ballintoy, Irlanda do Norte/ arquivo Blog


Outro roteiro é conhecer o norte da Ilha da Esmeralda. A parte britânica também possui belezas naturais e muita história. A viagem dura em média 3h de ônibus saindo de Dublin. Recomendável levar seu passaporte para possível barreira de fiscalização na fronteira. Cruzado a divisa, o turista chega na região Úlster: uma das quatro províncias históricas da ilha, dividas em nove condados, dos quais seis, localizam-se na Irlanda do Norte. É bem comum você ouvir falar nesse nome “Úlster” ou ver escrito em lojas ou até mesmo bancos no norte da ilha. 

Carrick-a-Rede Rope Bridge. Arquivo Blog 


A Irlanda do Norte possui vales, monumentos celtas e cristãos, além de castelos normados. E assim que chega no país, as excursões levam para o Condado de Antrim, perto de Ballintoy onde está localizado um dos principais pontos turísticos do país: “Carrick-a-rede Rope Bridge (Ponte de Corda). Ela possui 20 metros de comprimento situada a 30 metros sobre o mar e une uma pequena ilha chamada Carrick-a-Rede, onde existe um pesqueiro de salmão. A entrada é paga (£13,50 a £15,50 – atualizado 2024.

Carrick-a-Rede e a vista Ilha Rathlin, na Escócia (ao fundo). Arquivo Blog


Carrick-a-Rede recebe em média 400 mil visitantes por ano. Turistas de todo o mundo viajam até a costa norte da Ilha da Esmeralda para conhecer essa famosa atração. A ponte de corda foi erguida pela primeira vez por pescadores de salmão há 350 anos. Conectada às falésias por uma ponte de corda sobre o Oceano Atlântico, a Ilha Carrick-a-Rede oferece vistas fantásticas da Ilha Rathlin, da Escócia e da Costa da Calçada dos Gigantes.

Calçada dos Gigantes


Seguindo pela costa norte da Ilha, outra atração nas terras britânicas são as “Calçadas dos Gigantes” ou “Giant’s Causeway” em inglês. Localizada a 3 km a norte da vila de Bushmills, no Condado de Antrim, a Calçada dos Gigantes é Patrimônio Mundial da Unesco. Possui cerca de 40.000 (quarenta mil) colunas prismáticas de basalto, encaixadas como se formassem uma enorme calçada de pedras gigantescas, provenientes de erupções vulcânicas ocorridas a “milhões” de anos. É um passeio às margens do Oceano Atlântico (gelado) e de muita curiosidade. Realmente, parece uma calçada e o cenário é único para fotos e vídeos. 

Centro de Belfast, capital da Irlanda do Norte. Foto: Bruno Oliveira/Irlanda


Rumo a Belfast, capital da Irlanda do Norte, o turista se surpreende com as histórias que envolvem essa cidade. No século XIX durante a “grande fome” na Irlanda, outro fator que contribuiu para os conflitos na Ilha foi a diferença religiosa. O povo Irlandês sempre foram -tradicionalmente- católicos, enquanto os ingleses eram anglicanos. Quando houve a divisão das Irlandas, os ideais religiosos permaneceram no lado britânico: de um lado, os protestantes, defendendo que a região continue fazendo parte do Reino Unido; do outro, os católicos, que torcem para que as Irlandas se unam novamente. Essa questão é tão forte que, existe um muro em Belfast que divide a cidade em duas, usando a religião como critério. Por toda extensão do muro, há diversos murais que relembram momentos de tensão da ilha, entre elas o “Domingo Sangrento”, quando 13 pessoas foram executadas pela polícia britânica. 

Região central de Belfast, próximo à prefeitura. Arquivo Blog


Mas a capital da Irlanda do Norte, Belfast, possui contrastes diferente da capital Irlandesa, Dublin. Uma cidade muito mais limpa e também conservadora. O menor país do Reino Unido apresenta uma capital com fortes característica da cidade de Londres. A hospitalidade das pessoas de Belfast com os turistas também é presente. A capital fica no Condado de Antrim e o país ainda possui mais cinco condados: Armagh, Down, Fermanagh, Derry e Tyrone. O idioma oficial é o inglês e a moeda é Libra Esterlina (£) ou Pounds como é falado, conforme citei anteriormente.

Região do Museu do Titanic em Belfast. Arquivo Blog


Antes de conhecer as ruas de Belfast, as excursões nos levam à principal atração da cidade: o famoso “Museu do Titanic” ou “Titanic Museum” em inglês. Há um imenso memorial (do tamanho original do navio) que possuem nove galerias que mostram a história do navio que foi construído em Belfast. No Titanic Experience, o turista confere plantas do navio, vídeos originais da primeira e única viagem e detalhes da construção. A entrada do Museu é paga. 

Área frontal do Museu do Titanic com vista para a Bell’s Theorem Cresc e Titanic Quarter Limited. Arquivo Blog


No hall de entrada há informações sobre o museu e a loja oficial do Titanic: uma tentação para os olhos com artigos pequenos, chaveiros, copos, latas decorativas com balas ou café e roupas com o nome do navio. Você pode adquirir produtos e os valores variam bastante. Não deixe de aproveitar esse momento de fazer a sua compra. Há lanchonetes, banheiros e uma estrutura confortável para o turista. Muito bom o espaço e a organização do local.

Belfast City Hall (Prefeitura). Foto: Bruno Oliveira/Irlanda


E por fim, um breve passeio pelas ruas de Belfast. A cidade tem muita cultura e história a oferecer e recomendo  uma estadia de pelo menos 2 noites. Mas nas excursões, dá para visitar o centro da cidade e alguns monumentos. A capital Norte Irlandesa tem uma construção de chamar a atenção: o prédio da prefeitura, onde a noite acende uma iluminação que deixa o a arquitetura ainda mais bonita. Outra dica é conhecer o Museu Ulster, localizado no Belfast’s Botanic Garden, que reúne exposições de arqueologia, geologia, história local, entre outros. 

Albert Memorial Clock na Queen’s Square – Belfast. Arquivo Blog

 

Outras dica na Irlanda do Norte: Dunlunce Castle, Castelo medieval que está em ruínas, mas é possível visitá-lo sem problemas. Também tem o Carrickfergus Castle, um castelo construído em 1180. Algumas excursões passam por essas atrações (consulte seu guia). Se preferir ir de conta própria, o castelo fica a menos de 20 km de Belfast.

Malahide Castle fica localizado em Malahide a 16 km do Centro de Dublin, Irlanda. Arquivo Blog


Na República da Irlanda outras dicas: visitar Malahide (Condade de Fingal) a 16 km de Dublin; Howth, que fica no mesmo condado e distante 17 km da capital Irlandesa. E também Wicklow, no Condado de mesmo nome, localizado a 66 km de Dublin (ao sul). Outras cidades da Ilha da Esmeralda também são ótimas opções de turismo, história e cultura: Cork, Limerick, Waterford e Drogheda.

Wicklow, localizado a 66 km de Dublin. Foto: Bruno Oliveira/Irlanda


Com informações do National Trust UK, Discover Ireland. Fotos: arquivos do Blog e Bruno Oliveira. Viagem realizada em abril de 2014. 

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Gabriel Carvalho

Gabriel Carvalho

Administrador, viajante, Comissário de Voo por formação na aviação. Ama o Turismo e já fez intercâmbio em Dublin, na Irlanda. Natural de Petrópolis, reside no RJ e é proprietário do Blog International Route. Contato: @bieltraveler